sábado, 6 de junho de 2009

UMA JOVEM DE EDLING TRANSFORMA O MUNDO - II

Por que Viena?

Na Baviera a Igreja possuía, naquela época, possibilidades reduzidas. Sobre as ordens e Congregações Religiosas soprava um vento rude. Na metrópole do Império Austro-Hungaro pode-se contar com mais proteção e melhores condições. Também é grande o interesse por este serviço que Francisca tem a oferecer. Em parte nenhuma a necessidade é tão grande como na pomposa cidade imperial. Milhares de pobres provindos das diversas partes do Império, chegam a Viena para encontrar aqui trabalho e pão que, em sua casa, nos povoados, se torna sempre mais escasso. Como naquela época, sempre em toda parte, as mulheres e as jovens estão em situações de maior perigo e desvantagem. As jovens migrantes do interior, sem preparo profissional, sem recursos, sem ponto de contato, era a preocupação de Madre Francisca.
Ela precisa de uma casa, ela precisa de pessoas para ensinar as suas jovens o necessário para exercer o serviço doméstico e quanto antes colocar jovens preparadas para este tão solicitado trabalho.
Também seus recursos são poucos, também ela está sem pontos de contato e começa do zero. Esta coragem é preciso ter, a da persistência e do poder de se impor dos teimosos edlingenses.
Em novembro de 1868, ela tem em mãos a aprovação estatal para fundar uma Comunidade Religiosa Feminina, que deve dedicar-se ao acompanhamento e formação de jovens pobres. O dia 21 de novembro de 1868, é o dia da Fundação da Congregação.
A alegre, empreendedora jovem edligense torna-se aos poucos a “Senhora Madre” ( “Frau Mutter”), como são chamadas em Viena, as mulheres chefes de família. Nós a chamamos assim ainda hoje.

Tornar-se tudo para todos

A princípio, estão no centro, os asilos para jovens, com possibilidade de cursos de formação, de acompanhamento na procura de emprego e trabalho profissional. Estes vão surgindo, rapidamente, em Viena, em Troppau, em Brün, em Budapeste e em Biala. Em breve, serão ampliados através de escolas para filhas de boas famílias, de jardins de infância, orfanatos, escola fundamental, um asilo para idosas fatigadas e sem seguro, as empregadas já sem condições de prestar serviços. A solicitação e dedicação de Francisca se estende até Sarajevo.
Quantos dias e quantas noites ela passou em trens fuliginosos e bancos duros? Quantas horas noturnas, desacompanhada e exposta ao frio, nas estações de trem? Quantas negativas deve ter ouvido nas suas caminhadas de petição, até de belos e ricos, de cuja ajuda ela e os seus estavam necessitando? A obra cresce e o número de Irmãs aumenta. Francisca pode olhar satisfeita para muitas e muitas jovens a quem as Filhas do Amor Divino proporcionaram ajuda, formação e valores de caráter.
Cedo ela traz para junto de si, em Viena, a pequena Roserl Rinauer, de 5 anos, filha de sua falecida irmã. A ligação com a família, com Edling, permanece viva, mesmo quando os pais precisam vender sua propriedade e mudar-se de lá, por problemas financeiros. Mais duas sobrinhas entram na Congregação e levam uma vida piedosa, alegre, ativa, como Filhas do Amor Divino, nos já numerosos conventos da jovem Congregação. Várias jovens, da Baviera, entram na Congregação.
Quando, em 1894, Francisca entregou nas mãos do seu Criador, sua vontade incansável e seu coração com bondade ilimitada, surgiu uma lacuna muito grande na Comunidade das Irmãs, a perda é imensa, o luto é doloroso. Entretanto, as Irmãs, orientadas por ela, tornaram-se numerosas e podem levar adiante a grande obra.

A Comunidade vive

Após sua morte, a Congregação continua se estendendo: na Inglaterra, nos Estados Unidos, no Brasil, em outros paises Sul Americanos. Apenas no ano de 1998, concretizou-se o sonho de uma missão na África. Na Uganda temos duas Comunidades e as primeiras candidatas negras estão no melhor caminho para serem Filhas do Amor Divino.
O que em Francisca era mortal, repousa na cripta da capela, em Breitenfurt, perto de Viena, muito visitada, antes de tudo, pelas Filhas do Amor Divino da Província Austríaca, mas, também, por todas as outras Províncias. Irmãs de Comunidades distantes da América do Sul, dos Estados Unidos, da África, sonham em poder visitar este foco de nossa vida religiosa.

O Processo de Beatificação da Serva de Deus foi aberto no dia 20 de novembro de 2005, em Viena e contou com a presença de grande número de edlingenses.

Todos os que desejam visitar a cripta e a Casa Mãe, são cordialmente bem-vindos.

FONTE: Revista Caminhando com Madre Francisca – Revista da Congregação das Filhas do Amor Divino, Nº 87 – páginas 4 e 5.

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