sábado, 6 de junho de 2009

O RESSUSCITADO: VIDA DA COMUNIDADE CRISTÃ

Motivação:
Preparar o ambiente: Vela, Bíblia, flores, pintura de Jesus Ressuscitado em meio aos apóstolos e tudo que dê a impressão de alegria pela chegada de alguém.

INTRODUÇÃO GERAL
Jesus ressuscitado está presente na comunidade, dando início à nova criação. Os cristãos sentem sua presença na ação do Espírito, que os move à implantação do projeto de Deus na história. A comunidade é chamada a ter fé madura que não exige sinais extraordinários para perceber Jesus presente nela
Só o amor é extraordinário. Ele nasce de Deus, cuja paternidade é universal e se encarna nas relações fraternas entre as pessoas. Nesse clima, a comunidade vence “o mundo”, o antiprojeto, para criar o mundo novo. O mundo novo já esteve presente na primeira comunidade cristã. O retrato mais bonito dessa comunidade ficou gravado nestas palavras: “eram um só coração e uma só alma… tinham tudo em comum… entre eles não havia necessitados”
I Leitura: At. 4, 32 – 36.
II Leitura: Jô 20, 19-31
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. Evangelho (Jo 20,19-31): A nova criação
O texto de Jo 20,19-31 pode ser dividido em duas cenas distintas: vv. 19-23 e vv. 24-29. Segue-se um epílogo (vv. 30-31), que, originariamente, era a conclusão do 4º Evangelho. Na primeira cena, enfatiza-se a criação da comunidade messiânica que, a mandato de Cristo ressuscitado, dá seqüência ao projeto de Deus. A segunda cena reflete, por contraste com a atitude de Tomé, o amadurecimento na fé dos que, apesar de não terem visto Jesus, aderiram a ele plenamente. O epílogo sintetiza a finalidade pela qual o 4º Evangelho foi escrito.

a)A criação da comunidade messiânica (vv. 19-23).
O texto inicia-se situando a cena no tempo. É a tarde do domingo da Páscoa. Para os judeus, já se havia iniciado novo dia. Para João, contudo, é ainda o dia da ressurreição, a nova era inaugurada pela vitória de Jesus sobre a morte. A referência à tarde do domingo reflete a práxis cristã de celebrar a eucaristia no dia do Senhor, ao fim da tarde.

Estamos, portanto, num contexto eucarístico. As portas fechadas denotam um aspecto negativo (o medo dos discípulos) e um aspecto positivo (o novo estado de Jesus ressuscitado, para o qual não há barreiras). Jesus apresenta-se no meio da comunidade (mais uma referência ao contexto eucarístico) e saúda os discípulos com a saudação da plenitude dos bens messiânicos: “A paz (shalom) esteja com vocês”. É a mesma saudação da despedida (cf. 14,27). Por sua morte e ressurreição, ele se tornou aquele que venceu o “mundo” e a morte. É a saudação do Cordeiro vencedor que ainda traz em si os sinais de vitória, as marcas nas mãos e no lado (v. 20a). Dele a comunidade se alimentará.
A reação da comunidade é a alegria (cf. 16,20) que ninguém, de agora em diante, poderá suprimir (cf. 16,22).
Assim fortalecida, a comunidade está pronta para a missão que o próprio Jesus recebeu: “Como o Pai me enviou, assim também eu envio vocês” (v. 21b). Quem garantirá a missão da comunidade será o Espírito Santo. Para João, o Pentecostes se realiza aqui, na tarde do dia da ressurreição. De agora em diante, batizados no Espírito Santo (cf. 1,33), os cristãos têm o encargo de continuar o projeto de Deus. Esse projeto é sintetizado assim: “Os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados; os pecados daqueles que vocês não perdoarem não serão perdoados” (vv. 22b-23). O que é pecado para João? Consiste essencialmente em aderir à ordem injusta que levou Jesus à morte. Os pecados são atos concretos decorrentes dessa opção. Fundamentalmente, a tarefa da comunidade é mostrar, em palavras e ações, que quem se fechou ao projeto de Deus permanece em seus pecados (cf. 9,41: “O pecado de vocês permanece”).
Jesus sopra sobre os discípulos e lhes comunica sua própria missão. O sopro recorda Gn 2,7, o sopro vital de Deus que comunica a vida. Recordando o Gênesis, João quer dizer que aqui, no dia da ressurreição, nasce a comunidade dos seguidores de Jesus, aos quais ele confia sua própria missão. “Os discípulos continuam a ação de Jesus, pois ele lhes confere a sua missão (20,21). Pelo Espírito que recebem dele, são suas testemunhas perante o mundo (15,26s). Sua atividade, como a de Jesus, é a manifestação, por atos e obras, do amor gratuito e generoso do Pai (9,4). Diante desse testemunho, sucederá o mesmo que sucedeu a Jesus: haverá os que o aceitarão e darão sua adesão a Jesus e os que se endurecerão em sua atitude hostil ao homem rejeitarão o amor e se voltarão contra ele, chegando até a ponto de dar a morte aos discípulos em nome de Deus (15,18-21; 16,1-4).
Não é missão da comunidade, como também não era a de Jesus, julgar os homens (3,17; 12,47). O seu julgamento, como o de Jesus, não faz senão constatar e confirmar o julgamento que o homem dá sobre si mesmo” diante do projeto de Deus (J. Mateos; J. Barreto, O Evangelho de São João, Paulus, São Paulo, p. 836s).b). A fé amadurecida (vv. 24-29)
Muito provavelmente o episódio de Tomé foi lembrado pelo autor do 4º Evangelho para eliminar mal-entendidos na comunidade, segundo os quais as testemunhas oculares estariam num plano superior em relação aos que não viram pessoalmente o Senhor ressuscitado. Esse era um conflito presente nas comunidades do fim do 1º século.Tomé era um dos Doze (v. 24) que estiveram com Jesus antes da Paixão. O evangelista quer salientar que o importante não é ter estado com Jesus antes de sua morte, e sim viver a vida que nasce da ressurreição, assumindo o projeto de Deus como opção pessoal. De fato, não obstante a boa vontade de Tomé (cf. 11,16: “Vamos também nós, para morrermos com ele”), ele não fizera a experiência do Cristo vivo nem recebera o Espírito (cf. v. 24). Contrariamente a quanto faziam os convertidos, ele não aceita o testemunho dos discípulos. Sua fé ainda é fraca: não nasce da experiência de amor da comunidade, mas depende de sinais extraordinários. A referência ao oitavo dia denota mais uma vez o contexto eucarístico do texto. É o dia da nova criação, da plenitude, “oitavo dia por sua plenitude e primeiro por sua novidade”.

Para o 4º Evangelho, a ressurreição de Jesus se prolonga por todos os dias da história. Digna de nota é a resposta de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”. É a maior profissão de fé do 4º Evangelho. Tomé reconhece em Jesus o servo glorificado (Senhor), em pé de igualdade com o Pai (Deus). Descobre em Jesus o projeto acabado de Deus e o toma como modelo para si (meu Senhor e meu Deus). É a primeira vez, fora o prólogo, que Jesus é chamado de Deus. Note-se que, para os judeus, a prova cabal de que Jesus devia morrer foi o fato de se ter proclamado igual a Deus (5,18) ou fazer-se Deus (10,33). A cena conclui com a única bem-aventurança explícita no Evangelho de João (cf. 13,17). Ela privilegia os que vão crer sem ter visto. O evangelho é desafio e abertura para o futuro: aceitá-lo ou não, aí se joga a sorte do ser humano e do ser cristão.

c. Epílogo (vv. 30-31)
A maioria dos estudiosos admite que aqui se encerrava o Evangelho de João. O cap. 21, que se segue, foi acrescentado mais tarde. O epílogo sintetiza a atividade de Jesus, marcada por sinais, cuja função é o próprio objetivo do evangelho: suscitar a fé e adesão ao projeto de Jesus, o Cristo, levado a cabo em sua morte e ressurreição. Esse projeto é o mesmo do Pai, do qual o Filho é a expressão fiel. Aderindo a ele, as pessoas têm a vida.

2. leitura (At 4,32-35): Retrato da comunidade cristã Nos primeiros cinco capítulos de Atos encontram-se três sumários que são como que retratos da comunidade de Jerusalém (2,42-47; 4,32-35; 5,12-16). O texto faz parte de uma seção maior (4,32-5,11). Essa seção pode ser dividida em três partes: vv. 32-35: retrato da comunidade; vv. 36-37: exemplo positivo (Barnabé vende seu terreno e põe o dinheiro à disposição da comunidade); 5,1-11: exemplo negativo (mentira de Ananias e Safira).
Lucas escreveu os Atos dos apóstolos para despertar comunidades paradas, chamando-lhes a atenção para a ousadia da novidade de vida das primeiras comunidades cristãs. Tem sido comum, ao longo da história, a acomodação das comunidades aos sistemas fundados na desigualdade e exploração de um sobre o outro. Reagindo a essa acomodação – já presente nas comunidades do final do primeiro século da era cristã –, Lucas pinta a primeira comunidade fundada na união e na fé, apesar de serem muitos: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (v. 32). A razão dessa união é a fé em Cristo ressuscitado (v. 33). É à luz da vitória de Cristo sobre a morte que a comunidade se sente livre para partilhar tudo como expressão da única fé que possui. Para Lucas, a posse e o acúmulo são sintomas do medo e da morte, ao passo que a comunhão dos bens é sinal de vitória sobre a morte.
Os primeiros cristãos tinham consciência de ser a comunidade messiânica nascida do Espírito do ressuscitado. De fato, jamais no Antigo Testamento se realizou o que previra o Deuteronômio: “É verdade que em teu meio não haverá nenhum pobre, porque Javé vai te abençoar…” (15,4). Esse ideal messiânico só se concretizou na comunidade cristã: “Entre eles ninguém passava necessidade” (At 4,34a), sendo Cristo o motor dessa forma nova de viver (cf. Lc 12,33; 18,22). As relações de gratuidade espontânea em nível econômico e social (diferentemente do que acontecia, por exemplo, em Qumrã, onde a comunhão de bens era forçada) é sinal de que os primeiros cristãos venceram a obsessão do acúmulo para se abrirem ao modo de ser apresentado por Jesus. O sistema de partilha que Jesus encontrou nas aldeias da Galileia é agora implantado na cidade grande. O retrato da comunidade tem um ideal: acabar com a miséria, suprimindo para sempre o acúmulo do latifúndio e a especulação imobiliária, a fim de que todos tenham o necessário para viver com dignidade. Esse ideal se fundamenta na vitória de Cristo sobre a morte e se concretiza na partilha dos bens. A partilha pressupõe o discernimento: detectar as necessidades, destruir os contrastes sociais para que a comunhão se torne realidade (v. 35).

3. II leitura (1Jo 5,1-6):
De onde nasce a comunhão entre os cristãos? A primeira carta de João foi “dirigida às comunidades cristãs da Ásia Menor, que passavam por séria crise, provocada por um grupo de dissidentes carismáticos. Estes propunham uma doutrina gnóstica, que afirmava que o homem se salva graças a um conhecimento religioso especial e pessoal. Eles negavam que Jesus era o Messias e se gloriavam de conhecer a Deus, de amá-lo e de estar em íntima comunhão com ele; afirmavam ser iluminados, livres do pecado e da baixeza do mundo: não davam importância ao amor ao próximo e talvez até odiassem e hostilizassem a comunidade… A carta mostra que é vazio e sem valor qualquer espiritualismo que não se traduz em comportamento prático. Não é possível amar a Deus sem amar ao próximo e sem formar comunidade: se Deus é Pai, os homens são filhos e família de Deus, e consequentemente todos devem amar-se como irmãos” (Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, Paulus, p. 1.578).Os vv. 1-5 foram muito bem elaborados pelo autor. Uma de suas características é a concatenação de temas, um puxando o outro. Procurando salientar as palavras ou expressões que nesse texto ocorrem com maior freqüência, chegamos à seguinte seqüência de temas: fé, nascer-ser gerado, amor ao próximo-amor a Deus, nascer de Deus, fé como vitória sobre o mundo. No centro dessa seqüência está o amor ao próximo como expressão do amor a Deus. Isso demonstra que o autor quer conferir-lhe cuidado especial dentro de todo o discurso.
Esses versículos salientam alguns temas importantes:
1. A fé em Jesus Messias é o verdadeiro nascimento para os cristãos (cf. Jo 1,12; 3,1-7). Eles nascem de Deus, a fonte comum (v. 1);
2. Deus é Pai de todos. Seu amor é o mesmo para todos os seus filhos. Nascer de Deus, portanto, é discernir o alcance da paternidade de Deus e o alcance da fraternidade dos filhos dele (v. 1b);
3. Viver nessa perspectiva é praticar os mandamentos, cuja síntese é o amor ao próximo na mesma medida do amor de Jesus para conosco (vv. 2-3; cf. Jo 13,34);
4. Ter nascido de Deus, discernindo o alcance da paternidade divina e o da fraternidade de seus filhos, é vencer “o mundo” (aqui entendido em sentido negativo: o antiprojeto, o projeto de morte, oposto ao da vida, v. 4a);
5. A arma que vence “o mundo” é a fé em Jesus, Filho de Deus (vv. 4b-5).O v. 6 explica o que é a fé em Jesus. É adesão total desde o encontro com ele (batismo = água) até a entrega da própria vida (martírio = sangue). O testemunho do cristão é sustentado pelo Espírito, aqui chamado de “a verdade”. É que, na Bíblia, a palavra verdade significa fidelidade: o Pai sempre foi fiel ao seu projeto; o Filho, a Verdade (cf. Jo 14,6), é a expressão concreta dessa fidelidade, e o Espírito, como memória do que Jesus ensinou e fez, é o fermento que leva os cristãos à prática de Jesus, a “fazer a verdade”.
PISTAS PARA REFLEXÃO • O Ressuscitado faz a comunidade cristã ser igreja de portas abertas, responsável pela criação do mundo novo. A vivência da comunidade cristã acusa o mundo de pecado: o pecado de estar contra o projeto de vida querido por Deus (evangelho).• Ver com a comunidade se estamos vivendo a comunhão do amor ou se estamos vivendo à moda das comunidades da Ásia Menor (II leitura).• O retrato da nossa comunidade já se assemelha ao da primeira comunidade cristã? Já conseguimos criar relações de gratuidade? Ainda há necessitados entre nós? (I leitura)

FONTE:

TEXTO DO PORTAL PAULUS

ORGANIZAÇÃO:
Irmã M. Judith Vieira de Farias, FDC

UMA JOVEM DE EDLING TRANSFORMA O MUNDO - II

Por que Viena?

Na Baviera a Igreja possuía, naquela época, possibilidades reduzidas. Sobre as ordens e Congregações Religiosas soprava um vento rude. Na metrópole do Império Austro-Hungaro pode-se contar com mais proteção e melhores condições. Também é grande o interesse por este serviço que Francisca tem a oferecer. Em parte nenhuma a necessidade é tão grande como na pomposa cidade imperial. Milhares de pobres provindos das diversas partes do Império, chegam a Viena para encontrar aqui trabalho e pão que, em sua casa, nos povoados, se torna sempre mais escasso. Como naquela época, sempre em toda parte, as mulheres e as jovens estão em situações de maior perigo e desvantagem. As jovens migrantes do interior, sem preparo profissional, sem recursos, sem ponto de contato, era a preocupação de Madre Francisca.
Ela precisa de uma casa, ela precisa de pessoas para ensinar as suas jovens o necessário para exercer o serviço doméstico e quanto antes colocar jovens preparadas para este tão solicitado trabalho.
Também seus recursos são poucos, também ela está sem pontos de contato e começa do zero. Esta coragem é preciso ter, a da persistência e do poder de se impor dos teimosos edlingenses.
Em novembro de 1868, ela tem em mãos a aprovação estatal para fundar uma Comunidade Religiosa Feminina, que deve dedicar-se ao acompanhamento e formação de jovens pobres. O dia 21 de novembro de 1868, é o dia da Fundação da Congregação.
A alegre, empreendedora jovem edligense torna-se aos poucos a “Senhora Madre” ( “Frau Mutter”), como são chamadas em Viena, as mulheres chefes de família. Nós a chamamos assim ainda hoje.

Tornar-se tudo para todos

A princípio, estão no centro, os asilos para jovens, com possibilidade de cursos de formação, de acompanhamento na procura de emprego e trabalho profissional. Estes vão surgindo, rapidamente, em Viena, em Troppau, em Brün, em Budapeste e em Biala. Em breve, serão ampliados através de escolas para filhas de boas famílias, de jardins de infância, orfanatos, escola fundamental, um asilo para idosas fatigadas e sem seguro, as empregadas já sem condições de prestar serviços. A solicitação e dedicação de Francisca se estende até Sarajevo.
Quantos dias e quantas noites ela passou em trens fuliginosos e bancos duros? Quantas horas noturnas, desacompanhada e exposta ao frio, nas estações de trem? Quantas negativas deve ter ouvido nas suas caminhadas de petição, até de belos e ricos, de cuja ajuda ela e os seus estavam necessitando? A obra cresce e o número de Irmãs aumenta. Francisca pode olhar satisfeita para muitas e muitas jovens a quem as Filhas do Amor Divino proporcionaram ajuda, formação e valores de caráter.
Cedo ela traz para junto de si, em Viena, a pequena Roserl Rinauer, de 5 anos, filha de sua falecida irmã. A ligação com a família, com Edling, permanece viva, mesmo quando os pais precisam vender sua propriedade e mudar-se de lá, por problemas financeiros. Mais duas sobrinhas entram na Congregação e levam uma vida piedosa, alegre, ativa, como Filhas do Amor Divino, nos já numerosos conventos da jovem Congregação. Várias jovens, da Baviera, entram na Congregação.
Quando, em 1894, Francisca entregou nas mãos do seu Criador, sua vontade incansável e seu coração com bondade ilimitada, surgiu uma lacuna muito grande na Comunidade das Irmãs, a perda é imensa, o luto é doloroso. Entretanto, as Irmãs, orientadas por ela, tornaram-se numerosas e podem levar adiante a grande obra.

A Comunidade vive

Após sua morte, a Congregação continua se estendendo: na Inglaterra, nos Estados Unidos, no Brasil, em outros paises Sul Americanos. Apenas no ano de 1998, concretizou-se o sonho de uma missão na África. Na Uganda temos duas Comunidades e as primeiras candidatas negras estão no melhor caminho para serem Filhas do Amor Divino.
O que em Francisca era mortal, repousa na cripta da capela, em Breitenfurt, perto de Viena, muito visitada, antes de tudo, pelas Filhas do Amor Divino da Província Austríaca, mas, também, por todas as outras Províncias. Irmãs de Comunidades distantes da América do Sul, dos Estados Unidos, da África, sonham em poder visitar este foco de nossa vida religiosa.

O Processo de Beatificação da Serva de Deus foi aberto no dia 20 de novembro de 2005, em Viena e contou com a presença de grande número de edlingenses.

Todos os que desejam visitar a cripta e a Casa Mãe, são cordialmente bem-vindos.

FONTE: Revista Caminhando com Madre Francisca – Revista da Congregação das Filhas do Amor Divino, Nº 87 – páginas 4 e 5.

UMA JOVEM DE EDLING TRANSFORMA O MUNDO

Foi a 1º de janeiro de 1833

quando, em Edlingue, foi colocada no berço da família de comerciantes, uma menina: Francisca, a quinta filha.

Ser uma das 7 irmãs, isto marca. Crescer numa aldeia, calma naquela época, isto marca. Morar no centro do povoado, bem perto da Igreja, do cemitério e da casa paroquial, isto marca. Ser filha de comerciante, em cuja casa os clientes entram e saem, alguns anos mais tarde acompanhar o pai a Wasserburg e atender no local da venda, isto marca.

Ela era uma autêntica edlingense: o dialeto local, o som dos sinos da Igreja de Edling, o vento frio, vindo das montanhas de Tirol, a cozinha materna, a comunidade do povoado com todos os seus problemas e suas alegrias, a comunidade da Igreja, tudo isto era-lhe familiar como o é para os moradores de Edling, hoje.

Era uma pessoa social: não só as filhas dos Lechner, também as crianças da vizinhança brincavam no grande pomar e do alto da legendária pereira, Franci repetia e explicava ao grupo de crianças o sermão do pároco.

Todas as pessoas deviam ouvir sobre o bom Deus, também as da longínqua África. Com o pequeno primo Xavier pôs-se a caminho para lá, uma decisão que, é claro, logo teve o seu final no povoado vizinho, na casa dos tios, onde pretendiam apenas fazer uma curta parada.

O futuro de Franci estava, na verdade, pré-estabelecido. A jovem hábil e desembaraçada devia assumir os negócios do pai, casar, como todas as jovens da redondeza e, numa família colocar pequenos edlingenses no mundo.

E tudo foi deferente:

Francisca teimou. Ela queria continuar indo a escola. Ela desejava para si uma boa formação profissional, ela queria, com seu trabalho, ajudar pessoas pobres, ensinar a crianças, ser ativa na Igreja.

Em altôtting ela buscou, de acordo com velhos e bons costumes, ânimo e clareza para partida. E, enfim, os pais deixaram-na partir.

Como todo jovem, ela passou por uma fase de busca: O que posso fazer? De que eu disponho? Que possibilidades eu tenho? Onde serei necessária? Quem me quer?

Chegou a preparação para exercer o magistério, a experiência na Vida Religiosa, a experiência do trabalho com crianças, com jovens, um significativo trabalho em conjunto na fundação de uma escola para filhas de agricultores alpestres, na Suíça, depois, um lar para crianças, em Ebersberg, perto da terra natal. No entanto, nada disto é o certo. Francisca fica no encalço de uma missão que vai se definindo aos poucos, pois tem um sonho difuso diante de si, o qual vai se esclarecendo passo a passo.

Em 1867, a jovem de 35 anos se encontra diante de um novo começo. Depois destes anos em que o caminho era a meta, parece surgir uma concretização: Francisca viaja para Viena.

Continua no próximo número.

Madre Francisca e o crucificado - Uma comunhão profunda


Madre Francisca deste criança via e sentia a necessidade do outro, não precisava ser próximo ou familiar ,ela observava longe e muito longe.
Isso crescia em sua vida a cada momento, e ela realizava em seus pequenos atos este Dom e essa graça de Deus.
Vendo a necessidade, primeiro ela acolhia e depois agia. Tinha um sorriso feliz, um olhar profundo e um coração transbordante de gratidão.
Ela crescia no amor por que meditava a paixão do Senhor. Todo aquele que contempla o Cristo Crucificado e desfigurado, enxerga nele a beleza Divina. Pó isso o coração da Madre e todo o seu ser , tornou- se AMOR DIVINO.
Ainda quando criança já contemplava- o na cruz , os anos passava porem o seu olhar não desviava da cruz. Com certeza era atenta a voz que vinha do seu silencio, tocando-lhe a alma unido o seu coração ao Dele e levando a compreender e abraçar com a sua vida o mistério profundo da beleza da cruz.
Toda a sua força, coragem e doação só pode ter vindo de uma alma que realmente teve uma comunhão profunda como crucificado. O que como conseqüência provocou e realizou em sua vida o TUDO PELO TUDO,
Gerando a confiança na divina providencia que não temia a nada nesse mundo, por que o coração de cristo já se fazia um com o dela para o FAZER O BEM, ALEGRA TORNA FELIZ E CONDUZIR AO CEU.
Tinha em sua consciência e na pratica a fidelidade de carregar a sua cruz exclamando como uma filha obediente que faz a vontade do Pai, BASTA-ME O CEU POR DESCANSO.
Por onde ela passava seus pés pisavam firmes seguindo assim o caminho do Amor que veio como santidade e renuncia de si mesmo , ao encontro da cruz.
O coração de uma alma consagrada percorre o caminho do calvário por onde andou o seu amado .
Eis ai o mistério da cruz : A alegria da vida eterna o encontro com a Santíssima Trindade.

Ir. Maria Rosilene Costa da Silva FDC

Sr. Benicija Thienel


Tradução de: Don Anto Baković:
“Hrvatski martirologij XX. Stoljeća” (Martirológio croato do sec. XX)

A religiosa anciã morreu no dia do Natal, detida no campo de concentração.

76 anos

Filha do Amor Divino


Nasceu no dia 01 de Janeiro de 1869 em “Suerwitz” na Austria (hoje Zubrzice na Polônia). Iniciou o noviciado em Viena em 1889. Ela permaneceu em Viena, nos primeiros anos da vida religiosa e dali foi transferida para Sarajevo (Bósnia).

Foi detida pelos guerilheiros no acampamento em Zenica (Bosnia), depois trasferiram-na ao acampamento em Topola (Bósnia) onde morreu como detida, em 25 de dezembro de 1945.

Ir. Benicija Thienel como Irmã jovem foi para a Bósnia, na qual se afeiçoou e na qual transcorreu a sua vida e onde, anciã, concluiu a sua vida como mártir no campo de concentração.

Irmã Benicija se ocupava dos pobres e curava os doentes quando ali não tinham nem os remédios e nem as farmácias. Medicava-os com os velhos métodos, com chás. Exigia-lhe muito tempo, muito amor e empenho para poder ajudar a alguém. Visitava os doentes, os consolava e encorajava.

Na idade mais avançada, ela cuidava da capela de Santo Agostinho em Sarajevo. Com muita solicitude se empenhava para que tudo fosse bem preparado, nada esquecido, tudo bem adornado e colocado no justo lugar.

Em abril de 1945 os guerrilheiros chegaram a Sarajevo e, porque ela era uma alemã, já em maio do mesmo ano, a deportaram para a prisão em Zenica (Bósnia) e depois ao campo de concentração em Topola, perto da cidade de Banja Luka (Bósnia).

No acampamento adoeceu gravemente: acusava dores no estômago, provocados pelos alimentos pesados, porém os chefes do campo não tiveram compaixão e não a liberaram. Morreu no dia do Natal, em1945, como detida.

Reportemos ao testemunho de Sr. Ozana Crnjak[1]:

No ano de 1945, em Nova Popola, existiam dois acampamentos: para os homens e para as senhoras. O acampamento que os guardas cuidavam dia e noite estava cercado por arame farpado. Nenhum podia sair fora do território delimitado por este arame, nem sequer as irmãs que sempre viviam no convento. O acampamento masculino era na casa paroquial e aquele feminino nos aposentos inferiores do convento. Neste acampamento estavam duas Irmãs, Filhas do Amor Divino, Irmã Benicija Thienel e Irmã Manfreda, que depois de um breve tempo foi retirada do acampamento.

Irmã Benicija sempre vestiu o hábito religioso. Apresentava-se como uma pessoa muito cara e recolhida, plena de atenções e de amor, porém era muito fraca e enfraquecia sempre mais.

Duas semanas antes da sua morte, as Irmãs a hospedaram numa das repartições do seu convento. Cada dia recebia a Comunhão, e o senhor pároco, Ivan Mijić, lhe administrou os santos sacramentos. Com freqüência vinha para encontrá-la, o padre Hess, que também estava no acampamento nesse mesmo tempo.

Morreu tranquilamente e santamente (não se sabe se tinha qualquer doença, além da grande fraqueza e esgotamento).

A administração do acampamento a sepultou no cemitério das Irmãs, em Nova Topola. As Irmãs não tiveram permissão de participar do sepultamento, mas procuraram sempre cuidar do seu túmulo.


Fontes e literatura:

- A carta da Ir. Ozana Crnjak, Adoradora do Preciosíssimo Sangue de Jesus.
- A carta da superiora provincial Ir. Sniježna Stjepandić, FDC, Zagreb 11. 08. 1994.
- A carta da Ir. Ljiljana Abianec, FDC, Zagreb 19. 11. 1994.

[1] Adoradora do Preciosíssimo Sangue de Jesus. No convento desta congregação era a prisão para as senhoras, onde estava a Ir. Benicija. As Irmãs que são mencionadas no texto pertencem a esta Congregação religiosa. (Nota da tradutora do texto croato.)

[1] Adoradora do Preciosíssimo Sangue de Jesus. No convento desta congregação era a prisão para as senhoras, onde estava a Ir. Benicija. As Irmãs que são mencionadas no texto pertencem a esta Congregação religiosa. (Nota da tradutora do texto croato.)

Tradução do croato: Irmã Bernarda Horvat, FDC

Tradução do italiano: Irmã Maria Dulce Adams, FDC
Revisão: Irmã Salete Wagner, FDC

Deixe-me falar de Madre Francisca Lechner

Nesses dias sombrios de inverno no hemisfério norte, após o Natal, e antes do Carnaval no Sul, queremos assimilar um pouco do entusiasmo da Madre Francisca em suas inspiradas declarações. Nós não sabemos exatamente onde ou quando ela disse estas palavras mas estas revelam uma descrição precisa do trabalho que ela sonhava ser realizado na sua Congregação: “Fazer o Bem, Alegrar, Tornar Feliz, Conduzir ao Céu”!

Ela não limitou a missão das Filhas do Amor Divino a um grupo social com a finalidade de aliviar seu sofrimento, suas necessidades. Sua visão de futuro, em relação à missão da Congregação, se adequava a todos os tempos, a todos os lugares, a todas as gentes, onde Deus e a Igreja solicitasse o trabalho das Irmãs e, por extensão, daqueles que se inspirassem em seu carisma e a elas estivessem associados.

Fazer o Bem é o primeiro passo do nosso ministério. Nós participamos da vida das pessoas fazendo o bem para e com elas. Pode ser um sorriso, uma palavra amiga, um pequeno presente, uma ajuda às suas necessidades. Isso gera solidariedade e confinça.

Alegrar é o segundo passo. A Alegria de pertencer e servir a Deus motiva cada Irmã no seu apostolado. Esta Alegria, fruto da união com Deus, deve ser nutrida na Oração e na Eucaristia. Assim poderemos conseguir que outras pessoas façam o mesmo, amando e servindo a Deus com entusiasmo e júbilo.

O terceiro passo do nosso apostolado: Fazer Feliz. A Filha do Amor Divino dever sentir-se livre e reconhecer nas menores e mais simples coisas, em cada situação comum da vida a oportunidade de promover a felicidade. Aquela felicidade que traduz a nossa gratidão a Deus por a Ele estarmos unidas.

Algumas das mais felizes pessoas no mundo são aqueles que vivem uma vida simples, em todas as circunstâncias. Um pequeno vilarejo sem eletricidade, pessoas podem melhor contemplar a beleza das estrelas. Em lugares onde as pessoas se alimentam dos frutos da terra, das coisas produzidas pela natureza, e podem experimentar com alegria o sabor e a textura de cada um dos alimentos.

As Filhas do Amor Divino devem vever uma vida simples e assim partilhar a verdadeira alegria com aqueles a quem estão a serviço.

Finalmente, todo nosso apostolado, todo nosso serviço deve ser destinado a cada Filho de Deus como objetivo de “Conduzi-lo ao Céu”.

Este é nosso objetivo. Este é o critério para toda a nossa vida e srviço.

Jesus, nosso modelo e Mestre

Jesus, nosso modelo e Mestre, viveu um projeto alicerçado em dois pilares centrais:
A vontade do Pai, sempre, em qualquer momento ou circunstância;
A missão que o Pai lhe confiara, o Reino.
Sobre esses dois fundamentos sólidos, inabaláveis, Jesus construiu toda sua vida, o Evangelho, seu projeto.
Com essas duas certezas –chave norteando seus passos, o Mestre “passou pelo mundo fazendo o bem.” Sereno e forte, porque ancorado nos desígnios do Pai, porque totalmente absorvido pelas exigências do Reino, de sua missão.
Estamos chegando ao final do ano, que a Congregação toda comemora os 140 anos de sua fundação e as duas Províncias brasileiras celebram os 70 anos de ereção canônica.
Olhando os escritos de Madre Francisca Lechner, as biografias recentemente reeditadas, chegamos a perceber um desejo insaciável: “salvar almas” – pessoas, homens e mulheres reais, a quem o Senhor ama com um amor infinito e a quem Ele compra com sua própria vida.
Uma vez que a luz do carisma da Madre Francisca brilha em nosso próprio tempo, percebemos uma grande tarefa diante de nós. Como filhos e filhas do nosso tempo devemos ser servos e servas fiéis, sempre atentos e atentas aos desejos do Senhor.
Quando um grande ideal nos empolga e seduz, os horizontes se alargam, as perspectivas se aclaram e não perdemos tempo em coisas insignificantes, passageiras.
Missão assumida, serenidade interior conquistada.
Os empreendimentos duradouros sempre exigem um preço: esforço diário, vontade de acertar, organização, disciplina, objetivos definidos, fidelidade até o fim.
A verdadeira vocação é aquela a qual não se pode renunciar. O verdadeiro caminho é aquele que não podemos abandonar. E a sabedoria suprema é ser fiel a ambos: ao caminho e à vocação.
Mesmo que a jornada canse e as metas se distanciem, o simples fato de estar a caminho, empenhados na escalada, é graça, dom e privilágio.
A construção de um mundo melhor, mais justo e solidário, precisa de nossa colaboração. Pensemos nisso no limiar de 2009.

DEUS, EU MESMA, E ORAÇÃO

Não parece óbvio que a “Oração de Petição” não é comum na vida da Madre Francisca? Isto é possível? Sim! egoísmo, petição, eram ignorados por ela. Raramente ela fazia este tipo de oração. Ela não exigia, ela agia. “Eu faço minha parte no trabalho, e Deus faz a dEle”

Por que pedir quando é tão claramente sabido que “O Deus todo poderoso sabe de todas as nossas necessidades” (Mt 6,32)?

Posteriormente, será interessante nos familiarizarmos com a essência de sua Oração, Meditação, Comtemplação silenciosa. Estas realçam a doçura, a iluminação e a agonia de sua devoção.
Nós entenderemos melhor a oração que ela mesma preparava e fazia com sua Irmãs, seus pobres, seus órfãos e anciãos. Junto com eles ela rezava e intercedia para que a urgência de suas súplicas pudessem ser mais de louvor e exaltação. Sua oração com eles era no sentido de educá-los, torná-los dignos e asim mais exultantes.

Sua oração pessoal, orações comunitárias, recitação privada do rosário, ou alguma outra forma de devoção, eram sempre feitas em profundo recolhimento exterior e interior – e isto era verdadeiramente exemplar.

Em uma ocasião ela estava caminhando, rezando tranquilamente no jardim juntamente com as jovens irmãs, quando um grande corvo pousou e começou a caminhar ao seu lado.
Isto foi um diversão para as Irmãs jovens, que não puderam conter a risada.
Como se não observasse nada, ela continuou calmamente, sem hesitação a sua oração.
Depois da oração, porém, ela falou com as irmãs: "Este corvo, minhas filhas, pode ter retratado bem o tentador. Ele se apresenta freqüentemente tentando distrair nossas orações e encher nossa mente de pensamentos mundanos.
Estejam alertas!
Se vocês ignorarem os esforços do tentador, ele partirá.
Se vocês tivessem imediatamente afugentado o corvo, não teriam sido tentadas a rir. Se nós resistimos à primeira aproximação do tentador, nós venceremos."


Para ela, meditação era um inspirador presente divino.
Este foi oseu suporte, a luz que lhe fez ver a clareza dos princípios mais básicos em sua vida de oração.
Nas suas longas e freqüentes viagens, DURANTE LONGAS HORAS DE SILÊNCIO PROFUNDO E SOLIDÃO DE ALMA, ELA ABSORVIA A DOÇURA DO SEU DEUS E SENHOR.
Repetidamente ela refletia no que deveria ser feito - planejando em detalhes tudo que teria que dizer.
Disto surgia sua segurança e a certeza de que até mesmo nos momentos mais cruciais, seu
semblante demonstraria alegria, luz e um sorriso sempre pronto.

UM AMPLO MUNDO COLORIDO DE VIDA RELIGIOSA:AS FILHAS DO AMOR DIVINO


Entre San Diego, na Califórnia, bem no Ocidente, e Poltawa, na Ucrânia, bem no Oriente, entre Greifswald, em Mecklenbur-Pomerânia, bem no Norte e Porto Alegre, no Sul do Brasil, vivem, rezam e trabalham as Filhas do Amor Divino.
Todas juntas formam uma Congregação internacional. Houve um tempo no qual esta comunidade era constituída por mulher: Francisca Lechner(35), uma bem preparada professora de artes industriais com experiência em Serviço Social, educação e ensino.
Ela veio da Baviera par Viena e fundou aqui uma comunidade religiosa – a saber, a única Congregação feminina surgida em Viena no Século XIX – no dia 21 de novembro de 1968, portanto há 140 anos.
A Novel Congregação dedicou-se:
Às jovens, que naquele tempo vinham em massa para Viena para encontrar aqui trabalho e pão, oferecendo-lhe hospedagem, formação, educação e acompanhamento profissional.
Às crianças, principalmente as necessitadas, órfãs, marginalizadas e àquelas cujas mães eram empregadas; em seguida manteve escolas para crianças e jovens até à maturidade profissional, orfanatos internatos, creches.
A todos os poderes que não conseguiam ganhar seu sustento e passavam necessidade, de modo especial as empregadas domésticas que careciam de seguro e que tornaram incapazes para o trabalho.

Na primeira fase do seu desenvolvimento surgiram em rápida sucessão conventos em Troppau, Brünn, Budapest, Prag, Sarajewo, Krakau, Velke Levare, mas também em Breitenfurt, em St. Andrã na Caríntia, em Viena (na Lacknergasse e na Jacqquingasse) e em HochstraB perto de St. Pölten. Todas estas nações pertenciam naquele tempo à Monarquia.
Em 1913 as Irmãs arriscaram transpor o “grande mar” aportando nos Estados Unidos da América do Norte: dedicaram-se lá, de imediato, mas não exclusivamente, à educação dos filhos de imigrantes vindos da Hungria e da então Jugoslávia.
No ano seguinte surgiu a primeira pequena escola na diáspora, na Inglaterra. Em 1920 iniciou a grande aventura da missão no Brasil, o caminho ao Terceiro Mundo. Com o fim da Primeira Guerra Mundial a monarquia desintegrou-se em países, separando as Irmãs umas das outras por fronteiras políticas. A grande Congregação dividiu-se em Províncias, de acordo com as fronteiras lingüísticas e dos países. Apesar disso, dava-se prioridade ao comum, ao que une e não ao que separa. Desde então as línguas estrangeiras tornaram-se ainda mais importantes.
Depois veio a Segunda Guerra Mundial, um período difícil para todos. O processo de beatificação de cinco Irmãs, que na Bósnia tiveram de deixar a vida por causa de seus votos religiosos, está na sua fase conclusiva. Na Áustria nossa escolas foram fechadas. Em 1945, quando a situação na Europa livre melhorou, nos Estados do Bloco Oriental teve início um período de Perseguição política para as Irmãs e a “Cortina de Ferro” mantinha as Províncias, de deixar os conventos e abrigar-se em casas particulares ou viver em campos de concentração, sem poder trabalhar nas suas profissões. Aos poucos as fronteiras tornavam-se mas permeáveis até que, com a virgem, houve a queda da Cortina de Ferro, podendo as Irmãs voltar a viver em comunidades e retornar o seu trabalho. A partir de então muita coisa mudou naquelas Províncias.
Com o concílio sopravam ventos refrescantes. As técnicas facilitadas dos meios de comunicação e de transporte aproximaram mais as Irmãs umas das outras. Estudo de línguas e instalações de tradução simultânea vem por acréscimo. Além de entender-nos também podemos comunicar-nos bastante bem. Somos “global players” (atrizes mundiais). O Generalato está desde 1968 em Grottaferrata, perto de Roma.
Hoje as Irmãs trabalham em escolas, na educação e na formação feminina, em hospitais e ambulatórios, em instituições paroquiais e diocesanas, realizam serviço social entre os pobres. Ainda há muito que fazer.
Nos últimos anos intensificou-se a presença das Filhas HojejeHodo Amor Divino em focos de maior necessidade. A gente nos países ex-comunistas da Albânia, da Ucrânia precisam ajuda, a Província Polonesa erigiu três comunidades na Bolívia.
As Irmãs das Províncias Brasileiras trabalham em favelas das metrópoles, em regiões de miséria do Norte e em novos estabelecimentos no Equador.
Desde 1998 um grupo internacional de Irmãs em Rushooka, na Uganda e um segundo, faz um ano, junto a Mbarara: formação e educação de mulheres, cuidado de crianças, programas simples de autoajuda econômica, enfermagem. Ajudam bem no espírito da Fundadora. Três noviças de cor negra são as precursoras das Filhas do Amor Divino africanas.
De momento a Congregação conta 12 Províncias, assim situadas: na Áustria (e Alemanha), na República Tcheca, na Hungria, nos Estados da ex-Jugoslávia (Croácia, Bósnia, Kosovo, Albânia, Alemanha e Suíça), na Polônia (Itália, Bolívia e Ucrânia), na Eslováquia, na Inglaterra, três Províncias em USA e duas Províncias no Brasil (a do sul tem uma comunidade na Itália e duas no Equador). O Generalato encontra-se na Itália. Dele depende a missão da Uganda em 12 Províncias 1.228 Irmãs em 19 nações visível o Amor de Deus.

Viena, setembro de 2008.

Irmã M. Magna André, FDC

Província Austríaca da Congregação das Filhas do Amor Divino
Jacquingasse 12-14, 1030 Wien
http://www.lebenssinn.at/


______________
As inclusões entre parênteses são da tradutora: Irmã Maria Therezia Hetzel, FDC


Caminhando com MADRE FRANCISCA. Revista da Congregação FDC. Nº 87 – Outubro-novembro-dezembro-2008.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

1 de janeiro: aniversário natalício de Me. Francisca

Na circular enviada pela Madre Geral para toda a Congregação, há um trecho que vou copiar para vocês, pois é importante para um trabalho em prol da Beatificação/canonização de Madre Francisca Lechner. Talvez possa ser usado em celebrações, encontros, reflexões etc.O trecho segue abaixo:Serva de Deus Madre Francisca Lechner – No dia 01 de Janeiro de 2008, o pensamento e o coração de todas(os) as Filhas(os) do Amor Divino se voltarão para Edling, de modo particular à Igreja paroquial (Sagrada Família). Neste dia, há 175 anos, nascia a nossa Madre Fundadora. Neste mesmo dia ela foi batizada tornando-se um membro da nova família – a Igreja Católica. Podemos dizer que com o nascimento da Fundadora também “nasceu” o nosso carisma. Deus chamando à vida Madre Francisca lhe concedeu um dom extraordinário. Este, com grande esforço e após longas buscas, discernimento e superação de diversas dificuldades, começou a concretizá-lo na sua vida, no modo que Deus quis. Conhecemos a história da sua vida concernente ao período que precede a fundação da Congregação e aquele momento decisivo em que Francisca implora a Deus que Ele lhe mostre a sua vontade, o seu plano sobre ela. Conhecemos a sua oração: “melhor morrer do que omitir a vontade de Deus.” Francisca tinha clareza quanto à finalidade da Congregação por ela fundada: conduzir a Deus-Pai, que ama seus filhos e filhas, o maior número possível de pessoas, de modo particular as jovens, ajudando-lhes a render glória a Deus com a própria vidaOs habitantes de Edling, com a abertura do processo de beatificação e canonização de Madre Francisca, somente agora estão tomando consciência de que sua conterrânea Francisca Lechner é uma pessoa grande e digna de ser admirada. Por isso eles rezam intensamente na sua Igreja paroquial para que ela seja elevada, o mais breve possível, à glória dos altares. Para abril de 2008, está prevista a cerimônia na qual a escola estatal de Edling, será denominada Madre Francisca Lechner.Queridas Irmãs, da mesma forma também nós devemos aproveitar esta ocasião extraordinária para agradecer a Deus pela nossa Fundadora, pelo carisma que ela recebeu de Deus para fundar a nossa Congregação e a sua capacidade de colaborar com a graça divina. Devemos penetrar sempre mais profundamente no núcleo do carisma e ser atentas ao que Deus espera de nós, Filhas do Amor Divino “Hic et nunc” (na situação atual). Neste sentido pode ajudar-nos muito a leitura reflexiva do material do último Capítulo geral que teve como objetivo: Entusiasmar cada Filha(o) do Amor Divino a aprofundar a identidade e o sentido de pertença para tornar visível o nosso carisma em nível pessoal e comunitário.Caras Irmãs, a celebração dos 175º anos de Madre Francisca Lechner seja para nós, ao longo de todo o ano, uma ocasião extraordinária para tornar-nos sempre mais Filhas do Amor Divino. Aproveitemos todas as ocasiões para aprofundar o conhecimento do carisma, da espiritualidade e da biografia da nossa Fundadora, não apenas intelectualmente, mas, acima de tudo, para estreitar nossa intimidade com Jesus a qual ela nos encorajou e ensinou com a própria vida. Aproveitemos a ocasião, também, para propagar intensamente o culto a Serva de Deus Madre Francisca Lechner. Em primeiro lugar a sua vida e a sua obra devem ser conhecidas para que ela possa ser venerada pelas pessoas como merece. Nós, de modo semelhante aos habitantes de Edling, devemos ser “orgulhosas” pela nossa Fundadora e gratas a Deus pela chamada que nos fez de compartilhar o carisma que Deus lhe tem concedido. Em anexo à Circular, se encontra um texto que pode ser útil para diversos encontros das comunidades ou noutras ocasiões, Este, foi elaborado pela Irmã Magna André, apoiando-se nas expressões das Irmãs durante o seu Capítulo Provincial, em Viena, no último mês de agosto. Agradeço a Irmã Magna que tornou este texto acessível a toda a Congregação. ANEXO ELABORADO POR IRMÃ MAGNA ANDRE A PARTIR DA CONTRIBUIÇÃO DAS IRMÃSDURANTE O CAPÍTULO PROVINCIAL – VIENA , AUSTRIA AGOSTO DE 2007SERVA DE DEUS MADRE FRANCISCA LECHNERAgradecemos a Deus por ti.• Tu foste e és guia para nós e para muita gente.Todos: Deus nos conduza em seus caminhos.• Tu nutriste uma confiança ilimitada em Deus.• Tu seguiste fielmente o plano de Deus• Tu buscaste em cada situação incansavelmente a vontade de Deus.• Tu colocaste Deus como ponto central• Tu reconheceste e estimaste a Comunidade como valiosa diante de Deus.• Tu foste uma mulher de profunda oração.• Tu foste uma personalidade forte.• Tu é para nós modelo na direção das comunidades.• Tu elaboraste regras de vida que hoje ainda são atuais.• Tu criaste em nossa Congregação para milhares de Irmãs uma pátria que ultrapassa nações e tempos.Nós aprendemos de ti• A estabelecer e manter contatos com pessoas de todas as camadas sociais.Todos: O Espírito Santo nos ensine a fazer a vontade de Deus a teu exemplo.• A respeitar diferentes culturas e religiões.• A unir coragem e habilidade com ternura.• A não abandonar nunca a ninguém• Abertura para as múltiplas necessidades atuais em muitas nações• A reagir com força e coerência a processos negativos• A ter compreensão e alegre empenho pela Igreja.• A manter sábio relacionamento com o clero.• A uma incansável transmissão dos valores cristãos a todas as pessoas humanas.Nós amamos• Tua maternidadeTodos: Cristo forme o nosso coração a exemplo do teu. • Tua abnegação e simplicidade• Tua coragem• Tua capacidade de entusiasmar outras pessoas• Tua Constancia• Tua persistência incansável.• Tua flexibilidade• Teu bom humor• Teu altruísmo e tua singeleza• Teu modo paciente de enfrentar decepções e sofrimentos, também com tuas Irmãs.• Tua bondade apesar das experiências amargas• Teu calor humano para com as Irmãs e crianças• Tua solicitude • Teu amor abnegado Oração pela Beatificação/Canonização de Madre Francisca Lechner...........Província Austríaca da Congregação das Filhas do Amor DivinoCasa Mãe Jacquingasse 12-14

Juventude do Amor Divino

Clara Maria Araújo Dias de Oliveira *

Fazer o bem : É uma pessoa simples, sem bondade, sem besteira..É fazer algo de bom . Por isso é importante aproveitar as ocasiões, porque tem muitas pessoas que quer fazer o bem não tem como. Quando chega uma pessoa que está precisando e você não faz o bem você fica com aquela angústia e pensa:meu Deus aquela pessoa necessitava tanto e não ajudei. Às vezes você tem uma certa quantidade e ela não tem nem nadaReparta porque lá na frente Deus vai te abençoar e a você não vai faltar nada.Alegrar: alegrar para mim não é você está com aquele sorriso de uma ponta a outra e sim é aquela pessoa que tem alegria exterior e interior.Se você não se alimentar das alegrias e das coisas boas não adianta você está alegre por fora e por dentro você esta com uma grande mágoa.Torna feliz: A felicidade e quem :me dar prazer.A felicidade é quem me guia.Torna feliz é você não ter maldade ao próximo. Só assim não teria desgraça no mundo.A felicidade é quem me atrai para as coisas boas de Deus.Conduzir ao céu: Se você fez essas três coisas: Fazer o bem, Alegrar e Torna feliz quando você parti ao encontro de Deus você vai ser bem conduzido ao céu.“Por sobre as nuvensExistir um lindo céuMaravilhoso céuMorada dos anjosPor sobre as nuvensExistir um tronoCujo Rei está assentadoA direita de DEUS”Irmã Uila Maria De Lima

membros do JAD* Membro da Juventude do Amor Divino - JAD de Assu/RN

Venha fazer parte do JAD

Aslan Bruno *É magnífico saber que o Amor de Deus está nos esperando e mesmo de longe nos abençoando. Somos jovens e como tal precisamos e queremos abraçar o projeto de Deus.Isso a Juventude do Amor Divino – JAD faz levando o imenso e incansável Amor Divino a todos através de projetos e ações que resgatem a dignidade juvenil.O mais interessante é saber que você é importante no grupo e que dentro dele todos temos uma função a exercer. Os encontros e as atividades paralelas são realizados de maneira em que todos participem e não se sintam excluídos.O Jovem do Amor Divino é convidado a mergulhar nas fontes do trinitário e ele sente-se especial diante de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.Enfim nós somos uma família e assim seguimos os passos da Me. Francisca Lechener, e ao entrar no JAD e comungar do carisma trinitário você descobrirá que o seu coração por ser um manancial de Amor Divino.Jovens, o JAD quer lhe dar algo inesgotável e magnífico: o grande Amor de Deus.Venha recebê-lo!* Estudante Secundarista e membro do JAD de Nova Cruz/RN

O QUE ERAM AS ANCILAS NA NOSSA CONGREGAÇÃO

Finalmente me dei o tempo de reler o que consta na Revista "Caminhando com Madre Francisca", edição 65, sobre as "Ancilas". Basta você ler, porque tudo o que tem no arquivo a respeito delas, está reproduzido nesta revista. Não foi bem no início da fundação que Madre Francisca introduziu esta possibilidade de vida consagrada para as virgens menos jovens, que, conforme o Direito Canônico de então, já não podiam ser admitidas à Congregação, por causa da idade. Não se trata de "servas das Irmãs" mas de "Ancilas", ou, "Servas de São José". Foi Madre Francisca, ela mesma, que encerrou esta iniciativa, não acolhendo novos membros. Mas aquelas que haviam sido admitidas, permaneceram fiéis até à morte. Veja lá, está tudo na revista.Abraços. Irmã Maria Therezia FDC

Outubro mês das Missões

Irmã Eulalia Batista de Moura, FDC*O que vem a ser missão? A palavra missão vem do latim que significa “Mittere” (enviar) e “Missus” (enviado), portanto missão é uma incumbência, uma tarefa, uma obrigação um encargo, uma vocação. A missão não vem de nós. Somente a entendemos, quando olhamos para além de nós mesmos. A missão é obra da Igreja, mas , antes de tudo, é ação amorosa de Deus. O Pai é fonte da missão e atua no mundo mediante o Filho e o Espírito Santo.Pelo batismo somos inseridos em Jesus Cristo, o que significa que também somos inseridos na missão. A missão que Jesus recebeu do Pai é transmitida para cada um de nós batizados: “como o Pai me enviou, também eu vos envio”. (Jô 20:21). E em Mateus 28:19-20, Jesus deu uma ordem aos seus Apóstolos: “Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santos, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei”.A Igreja deve obedecer ao seu Mestre, que manda pregar o Evangelho pelo mundo inteiro. Não é um conselho e nem apenas um convite: é uma ordem, uma ordem urgente, porque o mundo precisa do Evangelho acima de qualquer outra coisa, afim de que todos sejam plenamente gente filho de Deus.Portanto podemos concluir que: a nossa missão não é outra coisa, a, não sermos tão somente missionário e missionária do Senhor. Eis a nossa vocação e missão* Coordenadora do JAD de Nova Cruz/RN

Modelo Educacional das Filhas do Amor Divino

O jeito de educar ou a pedagogia das Filhas do Amor Divino tem sua raiz no modo próprio de Madre Francisca Lechner conduzir a educação nos primórdios da Congregação. É de suma importância revisitar as fontes inspiradoras do ensino das Filhas do Amor Divino a fim de não perdermos a linha-mestra que se traduz na natureza da missão no campo educativo.1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICAa) Organização de Madre Francisca quanto aos destinatários da educaçãoToda a missão de Madre Francisca alicerça-se sobre a dimensão formativa como condição intrínseca à promoção humana. Assim, visualizou três etapas da vida humana a serem alcançadas pela sua proposta educacional:• A infância• A juventude• O adulto no mundo do trabalhoAbrangendo essas três etapas da vida, ela delineou os rostos dos destinatários da sua missão, de modo que figuram as seguintes características dos que se puseram à sombra da Congregação nascente em 1868:INFÂNCIA * Tem-se, portanto os serviços de internatos, creches e Jardins de Infância.JUVENTUDE * Aqui se encontra a Escola fundamental particular unidocente multiserialde nível básico (1ª a 3ª série) e nível avançado (4ª a 8ª série)no contexto austro-húngaro do Séc. XIX.ADULTO * Para estas criou os Institutos Marianos, que as abrigava, promovendo a educação profissionalizante para aquelas em idade de trabalhar,com ênfase em Artes Industriais (habilitação profissional de Madre Francisca).b) Teorias educacionais em voga no tempo de Madre FranciscaOs influentes modelos de educação presentes no cenário europeu do século XIX eram representados pelos seguintes teóricos: o educador suiço Johan Heinrich PESTALOZZI (1746 – 1827); o filósofo e educador alemão Johan Friedrich HERBART(1776 – 1840) e o educador alemão Friedrich FROEBEL (1782 -1852).PESTALOZZI – desde os tempos de estudante participou de movimentos da reforma política e social, destacando-se como defensor dos desamparados. Em 1774 fundou um orfanato, onde tentou ensinar rudimentos de agricultura e de comércio, iniciativa que fracassou poucos anos depois. Publicou um romance em quatro volumes, bastante lido na época e intitulado “Leonardo e Gertrude”, no qual já delineava suas idéias sobre reforma política, moral e social. Quando os habitantes da cidade de Stans foram massacrados durante a invasão napoleônica de 1798, Pestalozzi reuniu algumas crianças desamparadas e passou a cuidar daquelas em condições mais difíceis. Em 1805, fundou o famoso Internato de Yverdon, que durante os seus 20 anos de funcionamento foi freqüentado por estudantes de todos os países da Europa. O currículo adotado dava ênfase à atividade dos alunos, iniciando-se com o conhecimento de objetos simples até os mais complexos, partindo do conhecido para o desconhecido, do concreto para o abstrato, do particular para o geral. Por isso as atividades mais estimuladas em Yverdon eram desenho, escrita, canto, educação física, modelagem, cartografia e excursões ao ar livre. Educadores de todo o mundo adotaram o método de Pestalozzi e difundiram suas idéias na Europa e na América. Froebel e Herbart estudaram-lhe a obra, cuja influência sobre a educação prussiana foi grande. (Enciclopédia Barsa, p 262)HERBART – Estudou na Universidade de Jena, onde foi discípulo de Fichte. Não se deixou, no entanto, seduzir pelo idealismo cientificista e militante do mestre. Em 1797 esteve na Suiça (onde visitou a escola Burgdorf, dirigida por Pestalozzi). A partir de 1809, ensinou filosofia e pedagogia na Universidade de Königsburg, onde ocupou a antiga cátedra de Kant. Em 1831 tentou sem sucesso suceder a Hegel na Universidade de Berlim. Para Herbart, a filosofia é a elaboração e a análise da experiência. A lógica tem por objeto a classificação do pensamento. A análise lógica revela as contradições dos conceitos, que a metodologia procura resolver. Como teórico da educação, defendeu a idéia de que o objetivo da pedagogia é o desenvolvimento do caráter moral. O ensino deve fundamentar-se na aplicação dos conhecimentos da psicologia. Criou o sistema que denominou de instrução educativa. Esse sistema, segundo Lourenço Filho, consiste no ensino que, por “situações sucessivas, bem reguladas pelo mestre, chegasse a fortalecer a inteligência e, pelo cultivo dela, a formar a vontade e o caráter. Propôs por isso que cada lição obedecesse às fases bem estabelecidas ou a passes formais. Seriam eles: de clareza da apresentação dos elementos sensíveis de cada assunto: o de associação; o de sistematização e, por fim, o de aplicação”. Sua obra, hoje superada e esquecida, contém antecipações à teoria moderna da educação e aos conceitos e doutrinas da psicologia do século XX. Negava a espontaneidade criadora da consciência: o pensamento seria determinado por um mecanismo de associações – idéia que iria influenciar a escola de Viena. Acreditava que o conflito entre as realidades do pensamento (a que chamava realia) gera repressões e inibições, que revelam na alma como instintivos – uma noção que aparecerá com Freud (idem, 508)FROEBEL – Obrigado a trabalhar desde os 15 anos, como guarda florestal, dedicou-se, como autodidata, ao estudo da botânica, da matemática e de outras disciplinas. Sua vocação de pedagogo revelou-se em 1805 quando assumiu o cargo de instrutor da escola-modelo de Frankfurt. Foi um dos mais destacados continuadores do pensamento de Pestalozzi. Convencido de que os primeiros anos de vida da criança são decisivos para o desenvolvimento de sua personalidade, Froebel abriu, em 1837 o primeiro “Jardim de Infância” ou “Kindergarten”, termo que logo se universalizou. As idéias froebelianas serviram de base a todos os modernos estabelecimentos destinados à infância. Posteriormente, Maria Montessori contribuiu com novos conceitos, mas os fundamentais são preconizados pelo educador alemão, considerado precursor das doutrinas didáticas de J. Dewey, Decoly e Claparède. Em seu livro mais importante Die Menschenerziehung (1826; A educação do homem), defende a tese de que a educação deve consistir, essencialmente, num processo criador de autodesenvolvimento. O professor, portanto, deve dirigir e motivar, mas nunca pretender dominar a natureza do aluno. (idem, p. 52-3)c) Um olhar para os Jardins de InfânciaO Jardim de Infância (Kindergarten) foi único durante seu tempo. Ao passo que as primeiras instituições para criança pequena apareceram cedo na Holanda, Alemanha e Inglaterra consistiam em creche escolar ou centro de assistência diária a fim de atender às crianças enquanto os pais trabalhavam, Froebel sustentou a socialização ou idéia educacional de providência, fundando seu Jardim de Infância, “uma escola para o treinamento psicológico de criança pequena por meio de jogos e atividades”. O curricullum consistia principalmente de três tipos de atividades: 1) jogando com brinquedos, envolvendo outras habilidades designadas a familiarizar a criança com as coisas inanimadas; 2) brincando com músicas e sons para propor, não somente exercitar a voz, mas também para incutir espírito de humanidade e natureza, e 3) contato com as plantas e carinho para com os animais. Todas estas foram atividades sistemáticas.O plano de Jardim de Infância buscou satisfazer às necessidades educacionais da criança com a idade de quatro e seis ou sete anos, pela mediação de jogos e, a partir de então, ganhou difundida aceitação. Durante os 25 anos, depois da morte de Froebel em 1852, os Jardins de Infância foram fundados nas principais cidades da Áustria, Bélgica, Canadá, Alemanha, Grã-bretanha e Estados Unidos da América. Na Grã-bretanha, o termo “Infant school” (escola infantil) foi reservado para o plano “Kindergarten” (Jardim de Infância), e foi adotado o termo creche em algumas outras cidades. (Enciclopedia britannica p 44 – traduzido do original inglês)d) Escolas de MoçasNa Prússia, a educação superior para moças estava bem atrás da dos meninos e recebia pouca atenção do Estado ou Município, exceto quando necessitavam de professoras nas escolas elementares. Assim, apareceram na Prússia escolas secundárias para moças, distribuídas administrativamente como parte do sistema da escola elementar. Depois da instituição do Império Germânico em 1871, uma conferência de diretores e professores desta escola levaram à “Weimar” um razoável pretexto para melhor organização e aperfeiçoamento. Os advogados da reforma, todavia, não estavam em unidade em suas visões; alguns votaram para colocar acento no treino ético, literário e estético, outros acentuaram o desenvolvimento intelectual e reclamavam uma ação igual em toda a cultura da época. As professoras sempre lutaram em tudo em batalha desigual com os homens, principalmente na escola, onde a maior parte do pessoal era homem, academicamente qualificado. Da mulher se exigia continuamente maior esforço, mesmo tendo conseguido a instituição de um novo exame para professoras. Estudos universitários, embora não prescrito, foi de fato essencial, e ainda, a mulher não tinha o direito de acesso à universidade na Alemanha. Elas eram admitidas a fazer o exame de licença para serem preparadas em instituições privadas, mas sua admissão à Universidade cabia ao professor universitário. Não antes do século XX foi efetuada a desejada mudança. (idem, p. 46)2- PLANO EDUCACIONAL PARA OS INSTITUTOS DAS FDCsO pensamento de Madre Francisca concernente às bases da educação passam pela sua profunda experiência de Deus que se compadece de seu povo pobre e lhe vem ao encontro. O Deus que em seu Filho Jesus manifestou compaixão ao ver as multidões famintas que se aglomeravam para ouvi-lo: “Viu Jesus uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor, e começou a ensinar-lhe muitas coisas” (Mc 6,34). Assim, inspirando-se no Mestre de Nazaré, Madre Francisca propõe um ensino que tem objetividade direta na vida do povo, suas famílias, naqueles membros que sofrem a desvalorização em sua dignidade de pessoa humana e por sua aparente fragilidade: a criança, a mulher, a jovem, a idosa; principalmente na realidade do contexto de sua época na Europa em meio à Revolução Industrial.A ação educativa de Madre Francisca inicia-se a partir do impulso de ver a chaga social de seu tempo, no espaço geográfico no qual se encontrava. De modo que o impulso para o agir lechneriano inicia com a visão de um quadro que lhe toca o coração: “Eu conhecia os perigos aos quais estas jovens inexperientes estão expostas quando chegam a uma cidade grande. Por este motivo pensei que a fundação de semelhante instituto fosse uma obra agradável a Deus. Se isto reputasse em êxito, a extensão do meu plano seria acolher crianças pobres órfãs e educá-las para membros úteis à sociedade humana” (HETZEL, p. 18). É um modo de atender ao apelo do Senhor: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mc 6,37) em resposta à solução que os discípulos haviam indicado de despedir o povo para que se dispersassem e conseguissem algo de comer pelas aldeias.A solução para o problema da fome e miséria passa necessariamente pela educação. Porém uma educação que ultrapassa ao simples ato de repassar informações. Educar passa necessariamente pela prática do amor que se traduz no mínimo gesto de afeto, de se importar com o outro, com o pequeno, com quem não pode me retribuir o bem que lhe faço.É nesta perspectiva que Madre Francisca traça o plano educacional das Escolas e Institutos FDC, afirmando inicialmente que “O bom êxito da nossa atividade educacional exige que seja desenvolvida numa certa uniformidade, orientada por determinadas regras, em todas as nossas casas”. Assim, oferece as seguintes normas aos que estão empenhados na educação FDC:• A Irmã responsabilizada com a direção da Escola ou Instituto, esteja atenta para que a vigilância sobre as crianças seja conduzida com prudência, consciência e amor, tanto dentro quanto fora de sala de aula. Antes de tudo, insista no tratamento imparcial das crianças e procure evitar qualquer preferência de alguma educanda. Perspicaz e penetrante é o olhar da juventude e sabe, por razão natural, que entre iguais não deveria haver preferência alguma.[...]• Especial prudência é necessária quando se trata de conferir elogios e censuras...• Seria contrário aos princípios da educação negar à criança a possibilidade de emendar-se após a reincidência nas mesmas faltas. Repreender constantemente uma criança, humilhá-la e castigá-la diante das outras, é imprudente, pois assim, insensibiliza a criança no seu sentimento de honra, torna seu coração exasperado contra a professora, de modo que, além de propositalmente continuar cometendo infrações, também induz outras a fazê-lo, tão somente para causar desgosto à referida irmã (ou professora). [...]• Na educação das crianças, voltem constantemente a atenção, tanto ao que é necessário ao maior bem de todas, quanto ao maior bem de cada uma individualmente, portanto, procedam sempre com ponderada reflexão e prudência, discernindo com precisão entre o necessário e o menos importante. Guardem-se do equívoco de considerarem impetuosidade como zelo, dureza como firmeza, inflexibilidade por rigor, e, impaciência por exatidão, nada querendo desculpar e perdoar. Contudo, estejam muito vigilantes sobre o todo, vendo tudo e procurando manter tudo em ordem, porém, sabendo distinguir bem entre criança e criança e tomar em consideração as diferentes circunstâncias, sem relaxar o rigor e a disciplina, nem esquecer a edificação mútua e a glória de Deus.• Considerando que em nossas casas acolhemos não somente internas pagantes, mas também órfãs pobres que deverão, mais tarde, ganhar o seu sustento como empregadas, é preciso cuidar que estas últimas se acostumem a viver com o mínimo necessário. Nisto é preciso agir com especial cautela, para que não se faça sentir, diante das outras, às pobres a sua pobreza. Somente no caso de uma criança vangloriar-se falsamente de fortuna, poderia ser lembrada da sua real pobreza. Do mesmo modo, as crianças jamais sejam repreendidas por serem pouco talentosas nem ofendidas com apelidos inconvenientes. [...]• Aos que se dedicam à educação, tomem o maior cuidado de não comunicar às demais internas suas observações feitas – sejam estas positivas ou negativas; pois crianças e jovens normalmente contam tudo entre si. Assim surgem ciúmes, rebeldias, difamações, conjecturas desfavoráveis (sobre os superiores) e, como a pior conseqüência, um mau espírito na respectiva classe. [...]• Bons progressos na aprendizagem dos conteúdos e bom tom no relacionamento não devem deixar de ser valorizados e cultivados, porém, o dever mais importante da educadora permanece sempre a formação e o aprimoramento do coração das educandas; pois o que aproveitaria à criança sair do instituto enriquecida de conhecimentos e aparentemente bem formada, mas carecendo de bons princípios morais e religiosos? Onde a jovem poderia encontrar segurança quando exposta às tentações do mundo?• Por isso todos os educadores tenham sempre presente que o objetivo último, verdadeiro e próprio a ser visado na educação, é orientar as educandas ao consciencioso cumprimento dos seus deveres de boas cristãs.• Quanto aos exercícios de piedade tenha-se o cuidado de não sobrecarregar as crianças, porque poderia facilmente provocar aversão e hipocrisia. Por mais que se deva desejar e estimular com todos os meios a autêntica e verdadeira piedade, tenha-se o devido cuidado de evitar todo e qualquer sentimentalismo devocional.• Uma das mais belas virtudes da juventude é a gratidão. Por isso, as Irmãs contemplem como um dever primordial o de incentivar as crianças à gratidão para com os seus pais, educadores e benfeitores, bem como ao Instituto onde receberam sua formação. Sejam conscientizadas considerarem a quem devem a felicidade de uma boa educação.• Seja permitido às crianças serem alegres e contentes, para que sua índole livre e aberta não degenere em hipocrisia e fingimento, por causa de excessivo rigor. Sendo o bom exemplo o melhor mestre, na presença das crianças as Irmãs cuidarem de evitar tudo o que possa escandalizá-las e o que não condiz ao devido respeito e estima no relacionamento entre pessoas consagradas.• Aquelas meninas que já completaram a escolaridade obrigatória e vêm ao Instituto somente para a formação em trabalhos manuais e domésticos, devem incondicionalmente freqüentar as aulas de ensino suplementar, ministradas em dois períodos de aula, duas vezes por semana, por uma Irmã indicada pela Superiora.• A Superiora visite mensalmente a Escola a fim de certificar-se que as crianças sejam instruídas para a vida prática e não lhes sejam ensinadas coisas inúteis para a vida futura, com o empenho de esforços em futilidades.• A Superiora considere um santo dever providenciar que no Jardim da Infância, além do ensino de jogos, cantos e pequenos trabalhos manuais de costume, merece primordial atenção o esforço de exterminar dos tenros corações infantis os impulsos das paixões e tendências negativas e implantar neles o amor à oração e à santa religião que corresponde à capacidade mental da sua faixa etária. Lembre-se às crianças que Deus tudo sabe, tudo ouve e tudo vê e que lhes deu um bom anjo como particular guarda e protetor. Não raro o temor de Deus, implantado em tenra idade nos corações infantis, produziu os mais abençoados frutos para toda a vida. Neste sentido, pode influenciar muito sobre as crianças a narração de pequenas estórias apropriadas.• A finalidade da Escola Artesanal para alunas externas consiste, não somente, em ensinar às crianças os trabalhos manuais necessários para a vida prática, mas especialmente, em educar as meninas no amor à virtude. Um meio excelente para tanto é a leitura, em voz alta, de um livro instrutivo durante as horas de trabalho. Todavia, a Irmã cuide de não se tornar molesta mediante exortações importunas ou demasiadamente freqüentes.• A Irmã evite interrogar as alunas sobre acontecimentos na localidade ou na família, antes, recuse sempre tais informações. É evidente que também a professora não deve mencionar nada do que acontece na casa ou das vivências do passado. O mesmo vale no trato com as educandas.• Especial atenção seja dedicada às educandas que chegam a uma certa idade; cuidar que não permaneçam muito sentadas, evitar que façam trabalhos muito pesados, como esfregar pavimento e coisas do gênero, providenciar uma dieta adequada. Neste sentido, consideramos oportuno lembrar às Irmãs que os exercícios físicos, se possível ao ar livre, são da maior importância para a saúde das crianças. Portanto, as irmãs cuidem conscienciosamente que não somente as horas de recreio, entre as lições, sejam ocupadas para esta finalidade, mas que também durante as aulas, particularmente de trabalhos manuais e música, as crianças, na medida do possível, não fiquem muito sentadas, porque um zelo exagerado, neste sentido, poderia ser muito prejudicial à saúde das educandas.• Todas as Irmãs empenhadas na educação compreendam profundamente a grandeza, sublimidade e responsabilidade da sua missão e, antes de tudo, aspirem à sua própria santificação; pois somente quem está habituado a andar no caminho certo, pode servir de guia seguro a outros neste caminho. De modo especial, conservem a paz interior e a verdadeira humildade do coração, assegurando-se assim a assistência do Espírito Santo em todos os sues atos e procedimentos. [...]Casa Mãe, na festa do sacratíssimo Coração de Jesus, 1893.Madre Francisca Lechner.3- CONSIDERAÇÕES FINAISSeria oportuno reconsiderar os itens refletidos até aqui, pontuando a transmissão da pedagogia lechneriana, legado à Congregação das Filhas do Amor Divino. Para ajudar a pensar seguem alguns questionamentos:a) Sob o ponto de vista das teorias educacionais do seu tempo, como as percebemos no plano educacional de Madre Francisca? Justifique:b) De que modo Madre Francisca visualiza na educação o meio de combater a chaga social do seu tempo?c) Como percebemos a atualização de Madre Francisca através das Escolas das Filhas do Amor Divino hoje, respondendo à chaga social do nosso tempo? Mas qual é a chaga social do nosso tempo?d) De que modo a nossa Escola está fazendo jus ao pensamento original da Fundadora das Filhas do Amor Divino?e) Quais as teorias educacionais que subsidiam o plano educacional da nossa Escola?f) Em que medida nossa Escola encontra-se num caminho unificado com a Província? E com a Congregação?g) Como você educador FDC se percebe no cenário da internacionalidade da Educação FDC? Já havia pensado nisso?BIBLIOGRAFIACaminhando com Madre Francisca. REVISTA DA CONGREGAÇÃO DAS FILHAS DO AMOR DIVINO. N° 54, Viena - jul/ago/set – 2000.HETZEL. Ir. Therezia FDC. Espiritualidade perceptível na obra desenvolvida por Madre Francisca Lechner. Romae: Institutum spiritualitatis Teresianum (Pontifícia Facultas Theologica), 1992.ENCICLOPÉDIA BARSAENCICLOPEDIA BRITANNICA